29 de setembro de 2012

Além da linha vermelha





Deitado em tapetes de minhas angústias descarrego meu castigo na solidão dos fatos.
Os caminhos se abrem dentro de minha confusão e eu ainda não decidi se atiro na mentira ou na superação do meu egoísmo.
A propriedade me consome e eu procuro uma saída que não seja o suicídio ou a prostituição.
A natureza se abre, se confunde e se extermina na guerra de minha indecisão.
Ao lado de minha loucura um nativo faz o caminho contrário e eu finjo que não vejo.
Preciso passar a linha, mas ela não tem cor e única mancha que vejo é a de sangue.
Tudo está se diluindo, minha vida, meu planeta, meu espaço, minha memória.
Eu te peço ajuda, mas estou sozinho.
Na certeza do que não sei, eu me jogo na dúvida e caminho no infinito do abismo vermelho da história.

Poema: César Félix
Fotografia: Ilse Bing (1932)
Ps: poema parido logo após o debate na Sociedade de Philosofia da biblioteca da floresta.

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