Deitado em tapetes de minhas angústias descarrego meu
castigo na solidão dos fatos.
Os caminhos se abrem dentro de minha confusão e eu ainda não
decidi se atiro na mentira ou na superação do meu egoísmo.
A propriedade me consome e eu procuro uma saída que não seja
o suicídio ou a prostituição.
A natureza se abre, se confunde e se extermina na guerra de
minha indecisão.
Ao lado de minha loucura um nativo faz o caminho contrário e
eu finjo que não vejo.
Preciso passar a linha, mas ela não tem cor e única mancha
que vejo é a de sangue.
Tudo está se diluindo, minha vida, meu planeta, meu espaço,
minha memória.
Eu te peço ajuda, mas estou sozinho.
Na certeza do que não sei, eu me jogo na dúvida e caminho no
infinito do abismo vermelho da história.
Poema: César Félix
Fotografia:
Ilse Bing (1932)
Ps: poema parido logo após o debate na Sociedade de
Philosofia da biblioteca da floresta.
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