3 de setembro de 2010

eu não acostumei a perder

Eu sei, ele já estava aqui e eu bem que sabia.

Foram tempos de ilusão e não acostumei a perder.

Agora o tempo esgotou e eu não sei pra onde ir.

Agora o tempo jogou-se no vão do que se perdeu.


Deitado sobre o asfalto adormeço numa lama que corta,

com ou sem você pareço que durmo numa cama de espinhos,

Sei que seus olhos são negros, não importa, pra mim eles são negros.

Vou descalço, despido e amargurado de minhas fantasias.


Sua pele macia arranca minha face e já não defino a dor.

Era a sua companhia o livro mais interessante que eu abria para ler.

Estava na última página e parecia que não havia passado da introdução.

Volto certo de que você existe e um dia esteve perto mim.


Era algo que alguns chamam de amor e que de alguma forma eu perdi.

Era uma tatuagem de sentimentos que desenhou minha vida.

Tudo estava como um dia não foi, tudo passou.

Eu sei, foram tempos de ilusão.
Eu não acostumei a perder.

texto e imagem: César Félix

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