3 de agosto de 2011

Somente a arte para nos salvar


Mais um dia de chuva e o esgoto acusa que minha sociedade está acuada.

Mais um dia escroto e em qualquer local da cidade um homem bate na mulher.

Já se contam dez mil surras nos últimos três anos.

A floresta queima, as leis obedecem, o político rouba e a sociedade silencia anestesiada de corrupção.

No mercado não se vende mais bananas, vendem-se cargos.

A televisão cega, a escola deseduca, a igreja moraliza e os namorados têm medo de beijar.

Foi criada mais uma polícia.

A polícia do amor revista para ver se no casamento ama-se o mesmo sexo.

A criança, o pai e o avô tornam-se vitimas do pessimismo e da putrefação da sociedade em que vivemos.

A liberdade está em dúvidas!

A arte foge com medo de ser comprada e o delírio transformou-se em crime.

Dentro dos livros escondem-se o otimismo revolucionário da poesia.

A dança não se entrega, a música luta para não morrer e o teatro planeja o próximo ato de desobediência.

É na atitude poética que conseguiremos nos embriagar e parir do mundo que virá.

A arte é o fogo de uma vela que não se apaga.

Uma carga mágica e libertária.

Um fogo que nega criando e sopra sem apagar.

Uma vela voltada a iluminar todos os ventos, todos os seres humanos e todas as tempestades.


Texto: césar félix

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