Mais um dia de chuva e o esgoto acusa que minha sociedade está acuada.
Mais um dia escroto e em qualquer local da cidade um homem bate na mulher.
Já se contam dez mil surras nos últimos três anos.
A floresta queima, as leis obedecem, o político rouba e a sociedade silencia anestesiada de corrupção.
No mercado não se vende mais bananas, vendem-se cargos.
A televisão cega, a escola deseduca, a igreja moraliza e os namorados têm medo de beijar.
Foi criada mais uma polícia.
A polícia do amor revista para ver se no casamento ama-se o mesmo sexo.
A criança, o pai e o avô tornam-se vitimas do pessimismo e da putrefação da sociedade em que vivemos.
A liberdade está em dúvidas!
A arte foge com medo de ser comprada e o delírio transformou-se em crime.
Dentro dos livros escondem-se o otimismo revolucionário da poesia.
A dança não se entrega, a música luta para não morrer e o teatro planeja o próximo ato de desobediência.
É na atitude poética que conseguiremos nos embriagar e parir do mundo que virá.
A arte é o fogo de uma vela que não se apaga.
Uma carga mágica e libertária.
Um fogo que nega criando e sopra sem apagar.
Uma vela voltada a iluminar todos os ventos, todos os seres humanos e todas as tempestades.
Texto: césar félix
Nenhum comentário:
Postar um comentário