A cada instante que vejo no espelho teu sou eu,
A cada palavra presa um silêncio me constrói,
combinamos como ateus, como se não fossem pares,
como se não fosse Deus.
Eu te vejo como eu, mas não saíste de mim,
não saíste do meu tempo porque ele era o teu,
olhamos como um, mas não somos nada iguais,
homem feito de mulher que recusa olhar pra trás.
Nos refletimos no outro porque tua dor era a minha,
nos calamos sem cantar porque em ti não sou eu,
sonhamos como crianças em cadeira de ninar,
Amamos como adultos mas somos do mesmo par.
para Josi Biondo
Poema: césar félix
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