Quando criança eu fechava os olhos para brincar, já menino também fechava os olhos e brincava de voar, na adolescencia fechava os olhos e sonhava com outros motivos. Quando adulto me joguei em sonhos, sonhei com a universidade e lá entrei, sonhei com um novo mundo e muitos construi, em muitos participei. Sonhei ser poeta, poetizei. Sonhei em viajar e viajei. Tudo que consegui foi de olhos fechados, focado somente para dentro, atrás das paredes fechadas da minha solidão. Assim era o Margem Esquerda, "oito artístas de palco e de rua." Sem fechar os olhos para o mundo eu não conseguiria vivê-lo. Em março de 2007 eu fechei os olhos para reabrí-los em dezembro de 2008. Eu abri os olhos e a realidade me tirou dos palcos. Hoje sem a lucidez necessária fui acordado por aquela fantasia, louco de mim mesmo fecho os olhos para outros mundos e já não estou só. Tudo que eu sonhei eu vivi, tudo que sonhei eu perdi. Ainda tenho tempo e desejos por isso não canso. Ainda tenho sonhos, por isso brinco. Ainda tenho portas para abrir, camas para deitar e olhos para fechar.
texto: César Félix
fotografia: Francine Canto (muito obrigado Francine!)
Margem Esquerda: Raphael Galcer no violão, Maria Beraldo Bastos na clarineta, Paola Gibram no acordeon, Marina Beraldo Bastos na flauta, Lu Alves no vocal, Laila Loddi, Osvaldo Pomar e Eduardo Vidilli na percussão e eu na poesia.
Margem Esquerda: Raphael Galcer no violão, Maria Beraldo Bastos na clarineta, Paola Gibram no acordeon, Marina Beraldo Bastos na flauta, Lu Alves no vocal, Laila Loddi, Osvaldo Pomar e Eduardo Vidilli na percussão e eu na poesia.
Ai, que bateu uma sardadeeeee....
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