Eu escrevia as cartas que fingiam dor
Era assim que eu chorava quando te perdia
Maltratado inverno escondia a flor
Beijava a menina que esperava sonhos
Beijava a mãe que dividia afeto
De mulher de amigo era sempre repleto
O temor de amiga é não ser descoberto
O que os poetas usam pra falar de amor
Isolado no espaço já não reconheço
Do tempo que passa somente obedeço
Das horas deixadas ficaram os laços
Dos beijos perdidos ficaram abraços
Tão frágeis abraços que hoje esqueço
São horas marcadas, bastante mordidas
Corpos suaveis que fazem nadar
Depois da vida vem o recomeço
Com os olhos no ontem para não chorar
Poesia: César Félix
Fotografia: Mauro Pinto
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